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Domicílio Judicial Eletrônico: O Novo Canal Oficial de Comunicação do Poder Judiciário
O Poder Judiciário brasileiro avança na digitalização de seus serviços com a implementação do Domicílio Judicial Eletrônico (DJE), criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A ferramenta, regulamentada pela Resolução CNJ nº 455/2022 e atualizada pela Resolução CNJ nº 569/2024, tem como objetivo centralizar, padronizar e tornar mais eficiente a comunicação processual com partes, advogados e entes públicos ou privados.
A seguir, os principais pontos sobre o funcionamento, obrigatoriedade e regras do DJE:
- Plataforma oficial e gratuita do CNJ, acessível pelo Portal de Serviços do Poder Judiciário (PSPJ).
- Centraliza as citações, intimações pessoais e notificações judiciais em um único ambiente digital.
- Integrado ao Diário de Justiça Eletrônico Nacional (DJEN), que substitui os diários eletrônicos dos tribunais estaduais e federais.
- Os prazos processuais passam a ser contados a partir da publicação no DJEN, salvo quando for exigida vista ou intimação pessoal, que serão realizadas via DJE.
Prazos e regras conforme o tipo de destinatário:
- Pessoas jurídicas de direito público:
- Devem registrar ciência da citação no prazo de 10 dias corridos.
- O silêncio após esse prazo implica citação automática.
- Pessoas jurídicas de direito privado:
- Devem registrar ciência da citação no prazo de 3 dias úteis.
- Caso não o façam, a comunicação expira e será realizada por outro meio (oficial de justiça ou carta registrada).
- O não cumprimento pode gerar atrasos, custos adicionais e riscos processuais, como nulidades.
Obrigatoriedade de uso do DJE:
- Aplicável a toda a Administração Pública direta e indireta (União, Estados, Municípios, autarquias e fundações).
- Obrigatório também para empresas privadas de médio e grande porte, conforme critérios definidos por norma técnica do CNJ.
- Recomendável que essas entidades implementem rotinas de monitoramento contínuo da plataforma, com equipes capacitadas para o uso diário do sistema.
Capacitação gratuita pelo CNJ:
- O CNJ disponibiliza um curso online, gratuito e autoinstrucional na plataforma Ceajud.
- Conteúdo do curso:
- Cadastro e acesso ao DJE;
- Regras e funcionalidades do DJE e DJEN;
- Integração por APIs com sistemas internos;
- Aspectos legais e operacionais da nova rotina digital.
- O curso oferece certificação ao final.
Considerações finais:
O Domicílio Judicial Eletrônico representa mais do que uma simples inovação tecnológica: trata-se de uma obrigação legal que impacta diretamente a estratégia jurídica e a segurança processual de empresas e instituições públicas. Sua correta utilização proporciona agilidade nas comunicações, maior rastreabilidade dos atos processuais e economia de recursos operacionais. Por outro lado, o descumprimento das regras estabelecidas pode gerar prejuízos relevantes, como perda de prazos, nulidades e custos adicionais. Diante disso, é fundamental que departamentos jurídicos e advogados estejam atentos às novas exigências e promovam, de forma imediata, a adequação plena às normas em vigor.